A forma do RH lidar com os benefícios trabalhistas sofreu muitas modificações nos últimos anos graças à exploração das novas tecnologias que só agregaram em sua operação. No começo, para muitas empresas, essas transformações foram desafiadoras, mas após algumas adaptações, elas foram tidas como oportunidades indispensáveis para a retenção de talentos, redução de turnover, diminuição de custos internos e otimização de tempo na gestão dos recursos humanos.
A gestão de benefícios está totalmente associada ao termo “transformação”. A razão, como já sabemos, é que esses auxílios trabalhistas são fundamentais na vida do colaborador brasileiro e, automaticamente, refletem nos negócios de uma empresa; porém, é necessário lembrar que esses auxílios estão em constantes aprimoramento, já que são base para atender necessidades específicas de acordo com cenários e contextos que estão em constante mudança, o que é um ponto de atenção para as corporações e seus gestores.
Um bom exemplo é imaginar um caso em que há trabalhadores que utilizavam diariamente o Vale-Transporte (VT) para cumprirem seu trajeto até a empresa, mas alguns compraram seu automóvel e passaram a dirigir até seu local de trabalho. Nessa situação, podemos ver a necessidade de adaptar novos benefícios, de acordo com as necessidades pontuais da organização. Essa personalização é uma das principais maneiras de se ter uma gestão inteligente e eficiente dos auxílios trabalhistas.
E se sua pergunta for como a tecnologia e inovação colaboram para essas personalizações, a resposta é que elas não apenas auxiliam nos anseios dos trabalhadores mas, também, por meio de suas ferramentas, oferecem uma monitoração gabaritada dessas novas necessidades. Essa automatização faz com que os recursos humanos estejam mais atentos para uma melhor gestão de benefícios, seja substituindo os auxílios antigos pelos novos ou buscando maneiras de economizar.
Essa maneira de utilizar a tecnologia e suas inovações 4.0 como braço direito do RH não apenas colabora com suas operações internas, com resultados positivos na otimização de tempo e melhor transparência, mas também traz um conforto aos funcionários que esperam mais empatia e boa experiência com o local que trabalham.
A pesquisa Global Talent Trends, promovida pelo LinkedIn, é um bom exemplo dessas sensações que os profissionais querem ter quando associamos marcas e produtos. O levantamento mostrou que 96% dos talentos acreditam que a experiência do colaborador está se tornando algo mais importante, e isso pode ser devido às ações que as marcas vêm criando ao focarem mais em soluções e produtos que sejam mais humanos, e o mesmo serve quando trazemos isso para a gestão eficiente das operações de RH.
A gestão mais eficiente, ágil, empática e humana dos benefícios trabalhistas ao lado das ferramentas tecnológicas não apenas possibilita a personalização de acordo com a necessidade de cada indivíduo, mas traz também uma alta transparência da operação. Em outras palavras, com o apoio da era digital, é possível criar uma relação mais didática entre gestores e colaboradores, já que por meio de aplicativos e plataformas, os auxílios trabalhistas podem ser acompanhados instantaneamente pelos próprios colaboradores.
Atualmente há maneiras para os trabalhadores acompanharem e aprenderem a gerir seu vale-transporte e outros benefícios de uma forma consciente, transparente e compreensiva – desde que seja por meio de uma boa base de educação corporativa. Essa transparência resulta, para o colaborador, em uma certa autonomia de gestão dos seus auxílios, trazendo mais independência e uma maior maturidade, além de criar laços de confiança com a empresa e ter autocontrole dos próximos passos.
Os softwares criados para melhorar a otimização de tempo, com resumo de dados e exatidão de entrega têm sido chave de ouro para as tarefas do departamento de recursos humanos. É possível calcular médias de curto ou longo prazo dos gastos em transporte, alimentação, refeição, saúde, combustível e outros planos oferecidos nos pacotes de benefícios trabalhistas.
Esses softwares, além de possibilitarem a melhor maneira de cálculo para uma boa organização financeira interna, também servem para medir índices de satisfação desses auxílios oferecidos, filtrando sugestões de outros benefícios ou aprimorando novas soluções para diminuir insatisfações. Ao filtrar melhor essas opiniões e desempenhos, será possível melhorar os índices de recrutamento de talentos e de retenção dos atuais funcionários – oferecendo constantes novidades em planos, programas e vales.
Gastos
As tecnologias e inovações na gestão dos benefícios trabalhistas também permitem um maior controle dos custos dessa operação. Há ferramentas altamente desenvolvidas que ajudam a reduzir gastos em vale-transporte, com softwares gabaritados que realizam um serviço de roteirização da ida e volta de cada colaborador de maneira eficiente.
A “Gestão Inteligente” da RB, por exemplo, é uma ferramenta tecnológica que faz as empresas monitorarem os gastos diários do VT dos colaboradores para que organizem as finanças de reposição do próximo carregamento com melhor exatidão. Em outras palavras, o RH apenas repõe o que irá faltar para completar a quantia necessária do próximo período, sem deixar acumular passagens e evitando desperdícios.
Já a roteirização é um software que também busca reduzir custos com o benefício do vale-transporte. Essa auditoria de trajetos consiste na padronização dos gastos por região através da roteirização dos trajetos de cada colaborador, apresentando informações como: linha de transporte ideal, locais de embarque e desembarque, distância de percurso a pé e tarifas. Os trabalhadores, por meio dessa tecnologia, são beneficiados com redução de tempo no trajeto e, consequentemente, melhoram os índices de engajamento com a melhor mobilidade diária.
Projeção
O estudo Tendências de RH, elaborado pela consultoria Korn Ferry, abordou a “Atração e Retenção de Talentos” e uma das conclusões mais notórias é que apenas 36% das organizações brasileiras oferecem planos de retenção para seus funcionários. Partindo desses dados, compreender as ferramentas tecnológicas para uma gestão eficiente dos benefícios trabalhistas, esses que são chamarizes para reter colaboradores, são um fator primordial para evitar turnover e outras projeções esperadas para os próximos anos.
As inovações da Era 4.0, quando bem alinhadas às necessidades dos recursos humanos, são maneiras de compreender no que se deve melhorar e por meio de qual caminho isso deve ser feito. No caso dos auxílios corporativos, saber equilibrar gastos, trazer inovações e, ao mesmo tempo, controlar turnover e aquisição de talentos – são as tarefas desafiadoras para quem manuseia essa operação diariamente e conta com a tecnologia.
Atenções
Mesmo que a tecnologia seja hoje em dia um braço direito dos recursos humanos, ela ainda traz algumas preocupações para os profissionais da área. Alguns anseios são com relação à capacidade de operação de cada indivíduo, o investimento nessas ferramentas, o treinamento e desenvolvimento dos gestores e colaboradores que irão se beneficiar e o tempo para uma boa absorção e adaptação de conhecimento de execução.
Por isso é importante que os RH se atentem, com antecipação, à aplicabilidade dessas novas ferramentas e estudem a modificação de suas operações com cautela, analisando os resultados que colherão em curto e longo prazos. Vale lembrar, também, que a atualização é constante. Atualmente, a inteligência artificial (IA) surgiu como um exemplo claro. Essa tecnologia tem a capacidade de monitorar indicadores que colaboram com as funções do setor de Recursos Humanos. Investir na capacitação de profissionais qualificados é essencial para aproveitar plenamente essas novas possibilidades.
O desânimo das novas tecnologias está no processo inicial, já que exige atenção nas migrações de algumas operações manuais ou mais antigas para os novos softwares e isso, automaticamente, altera comportamentos e execuções de algumas tarefas. Pode ser algo que demande tempo, logo de início e paciência para treinamentos até que haja desenvolvimento e domínio.
Em contraponto, há conquistas quando o RH se atualiza com essas novas ferramentas que proporcionam uma gestão competente e satisfatória dos benefícios corporativos. Os resultados estão no melhor acompanhamento dos termômetros de engajamento e produtividade, minimização dos índices de absenteísmo, quebra de turnover e fortalecimento das métricas para soluções de medidas que promovam aquisição e retenção de talentos.