Afinal, o que compreende a oratória?
No cenário corporativo atual, a comunicação efetiva e clara é a prioridade máxima entre as ferramentas de liderança. Dentro da comunicação, uma habilidade crucial é a oratória que vai muito além de simplesmente fazer uma apresentação em público. A oratória é a capacidade de se expressar de forma envolvente, persuasiva, independentemente do tamanho da plateia.
Poderosa aliada dos executivos em geral e dos executivos de Recursos Humanos, a boa oratória pode ser aplicada dentro do elevador – elevator pitch – em conversas informais e em vendas de ideias, projetos, produtos ou serviços. Imagine, por exemplo, vender suas ideias de projetos de RH para a Diretoria ou CEOs? Será que uma boa oratória pode ajudar?
Oratória: mais do que um discurso
Por que dizemos que a oratória vai além de um discurso bem estruturado? Trata-se de uma proficiência de grande poder, tanto que os grandes líderes no mundo dominavam esta arte. Vejam o exemplo de Steve Jobs, Martin Luther King, Michele Obama, Obama, Gandhi, John Kennedy, até o Hitler, oradores que marcaram a história, E o que dizer dos nossos grandes oradores brasileiros como Luiza Trajano, Rachel Maia, Mario Sergio Cortella, Rui Barbosa, o “Águia de Haia” e tantos outros?
Mas qual é o poder de atração que o bom orador exerce e que elementos utiliza para quase que hipnotizar seu público e engajar sua audiência? Lembro bem dos primeiros anos no Colégio Sacré Coeur de Marie no Rio de Janeiro, onde éramos convidados a apresentar todos os trabalhos de Português, História e OSPB (Organização Social e Política do Brasil) que fez parte da grade curricular do ensino básico até 1993 e que me serviu de grande estímulo e base para me desenvolver como facilitadora, palestrante e treinadora mais tarde. Aprendíamos desde cedo a importância de compartilhar conhecimento com os colegas (hoje desenvolvemos Programas de Multiplicadores) e como cativar os colegas, transmitir as informações de forma interessante e nos aproximar das pessoas.

Mas como ensinar a executivos a se tornarem melhores oradores?
Uma das técnicas que utilizamos é a modelagem de comportamento, uma técnica amplamente utilizada em treinamentos e consiste em acelerar o desenvolvimento desta habilidade em 3 etapas.
- Observar – um grupo de pessoas que geram grandes resultados em sua oratória
- Identificar – ferramentas e ações que essas pessoas utilizam
- Reproduzir – modelos similares para chegar a alto nível de entrega
A modelagem do comportamento: aprendendo técnicas de oratória
Para que se aplica a modelagem de comportamento na oratória? O objetivo é desenvolver técnicas de excelência e replicar algumas táticas comprovadamente de sucesso.
1. Empatia e simpatia: a fórmula do encantamento
Transmitir simpatia e trabalhar a empatia é essencial para criar um ambiente acolhedor e receptivo para a mensagem que será transmitida. O olhar, o carisma, o fato de perceber os sentimentos dos outros a sua volta é a maneira correta para “abrir” a plateia para o que você tem a dizer.
Vamos lembrar de grandes oradores: uns utilizavam empatia como ingrediente, percebiam a energia do público e se alinhavam para gerar rapport. Outros começavam discurso com sorrisos em todo o semblante e isso causava identificação e harmonia logo de cara.
Pare e pense: quem foram os professores, os treinadores, os facilitadores que marcaram sua trajetória? Quem realmente atraiu sua atenção a ponto de fazer você assimilar ideias e conteúdo?
2. Definição de output: saber seu objetivo orienta sua estratégia
Antes de começar a falar, é fundamental ter claro o objetivo da apresentação. O que você deseja alcançar com a sua comunicação? O que quer que seu público faça depois que finaliza sua história? Que entregas quer deixar de presente?
Além disso, pergunte-se: o que quer que o público se lembre da sua narrativa? Se você pensar em grandes apresentações, certamente lembrará de partes importantes do texto, porque foi preparada com o foco no output e resultado.
3. Conteúdo relevante: números e fatos importantes se prendem à memória
Sempre há muito a ser dito, mas fato é que o cérebro não consegue registrar tudo. Então, como fazer com que sua audiência se lembre do que foi falado? O que vai frisar? Como reter a atenção e gerar questionamentos posteriores?
Que dados e fatos vai expor?
O que sempre ensinamos em nossos treinamentos é tratar o conteúdo. Isso significa trazer foco aos números mais importantes. “Sublinhe” com a voz, os gestos e aproveite o perfil visual e auditivo da plateia. Por exemplo, a Fala Company tem mais de 30 anos de mercado, NPS de 9,7, média de frequência dos alunos em 80% e mais de 5.000 alunos atendidos nos últimos 2 anos. Números, por si só, têm grande poder de convencimento e costumam ser lembrados pela audiência.
Além disso, destaque seus fatos relevantes, suas conquistas: prêmios, reconhecimentos e a histórias de sucesso (e às vezes de fracasso: a jornada do herói). Fatos que geram impacto ficam muito tempo guardados na memória.
4. 5W2Hs: perguntas retóricas para gerar engajamento e influência
Pergunte, questione, introduza questões abertas utilizando a ferramenta 5W2Hs. Quando você pergunta de forma retórica, você gera reflexão e reflexão engaja, tornando o interlocutor parte da sua história.

Na ferramenta 5W2H, os 5W representam:
1. What (O que)
2. Why (Por que)
3. Where (Onde)
4. When (Quando)
5. Who (Quem)
Já os 2Hs representam:
1. How (Como)
2. How much (Quanto)
Essas perguntas devem ser utilizadas no início e fim de uma palestra ou exposição de ideias para que seu conteúdo gere questionamentos e com isso auxilie no resultado desejado..
5. PNL (Programação Neurolinguística): sua imagem, sua voz e sua emoção
Sabe como usar o PNL a seu favor na oratória? Vamos entender como isso funciona.
Você sabia que 80% da população brasileira é mais visual? O que significa isso? Incluir elementos visuais na conversa, slides com grandes imagens na apresentação ajudam a fixar o conteúdo. Por exemplo: jornais brasileiros têm em suas capas imagens grandes com textos pequenos, o que já não acontece em outros países. Aqui nos comunicamos por imagens e por isso você precisa tornar visual seu discurso. Eu, ao longo da minha vida profissional, já ouvi muitos executivos reclamarem que apresentavam planilhas sem os resultados que gostariam, sem conseguir seu objetivo, sem conseguir liberar uma verba, um investimento, por que será?
Ao mesmo tempo, a combinação perfeita é ativar os 3 canais de comunicação. Além do visual, o auditivo precisa ter atenção máxima: maximize o poder de sua voz, alterando o tom de voz para remeter à maior reflexão num tom mais baixo ou numa atitude mais alegre e motivadora com um tom de voz mais alto e cativante. E compartilhe experiências, conte histórias que remetam às histórias da plateia, trabalhando bem o perfil cinestésico.
Oratória e seu impacto nos resultados
Está claro que uma comunicação eficaz impacta positivamente os resultados das organizações. Mas consegue perceber o poder da oratória para aumentar a produtividade, cativar os times, reter colaboradores, melhorar as entregas?
Acredite: investir na comunicação dos líderes e na oratória é um investimento estratégico para a empresa. É a base para construir uma cultura saudável, fortalecer o crescimento interno e externo da empresa, onde todos se sintam valorizados e motivados a trabalhar em conjunto para o sucesso coletivo.
No seu próximo ciclo de orçamento, considere incluir comunicação e oratória. Eu, com toda a experiência e vivência em empresas no Brasil e no mundo, garanto: o resultado só pode ser muito positivo!
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Por Vera Lorenzo, CEO da Fala Company e Master Coach