27º Top Of Mind de RH

Inteligência emocional a skill mais desejada (e necessária) do mercado

Inteligência emocional: a skill mais desejada (e necessária) do mercado

90% dos profissionais com melhor performance no trabalho registram uma característica em comum: alto nível de inteligência emocional. É o que diz uma pesquisa realizada pela TalentSmart. Não é à toa, portanto, que na lista das chamadas soft skills, aquelas habilidades que vão além do conhecimento técnico e medem o quanto um colaborador é capaz de lidar com suas emoções e canalizá-las para potencializar o seu desempenho, a inteligência emocional está entre as mais desejadas – afinal, ela facilita o desenvolvimento de outras competências. Mas como desenvolvê-la de forma efetiva?

Antes de responder ao questionamento acima, é importante enfatizar que ser emocionalmente inteligente não é apenas um diferencial competitivo para chamar atenção das empresas, é um catalisador de bem-estar, autocontrole e de tomada assertiva de decisões nos mais diversos contextos da rotina profissional e também do dia a dia pessoal.

“Se um profissional não consegue regular as próprias emoções, pode enfrentar diversos problemas para lidar com clientes, se relacionar com os colegas, receber feedbacks, trabalhar em grupo e sob pressão, manter a concentração mesmo tendo preocupações pessoais, entre outras situações”, deixa claro José Roberto Marques, CEO e Fundador do Instituto Brasileiro de Coaching – IBC.

Embora nem sempre seja fácil lidar com as emoções no ambiente laboral, não é deixando-as de lado que a questão será solucionada, afinal, como reforça Marques, “somos seres completos, independentemente de estarmos entre amigos e familiares ou no trabalho, logo, as emoções nos impactam como um todo, incluindo o desempenho profissional”. Eis então que, apesar de soar um pouco clichê, o “controlar suas emoções para não ser controlado por elas” é o mantra de uma jornada que só tem a contribuir pessoal e profissionalmente.

Desenvolvimento da inteligência emocional

Retomando a pergunta, agora para, de fato, respondê-la, o master coach senior salienta que gestores e líderes têm um papel fundamental no trabalho do fortalecimento da inteligência emocional das pessoas. De acordo com o CEO do IBC, “o primeiro passo para que a gestão e a liderança contribuam com o desenvolvimento da emocional é trabalhá-la dentro de si”. Marques acrescenta que “um verdadeiro líder precisa, em primeiro lugar, ser, para depois exigir o mesmo dos liderados, tendo como principal estímulo o exemplo”.

O executivo orienta que cinco pontos sejam trabalhados internamente pelos líderes para que, então, eles possam atuar ativamente no desenvolvimento emocional de sua equipe. São eles:

Autoconsciência: capacidade de reconhecer as próprias emoções;

Gestão emocional: capacidade de gerenciar as emoções, conseguindo manter a calma em uma situação de pressão, por exemplo;

Comunicação: capacidade de expressar pensamentos com clareza;

Consciência social: capacidade de perceber as pessoas ao redor e entender o próprio papel dentro desse grupo;

Resolução de conflitos: capacidade de gerenciar conflitos e conduzir o grupo na busca por uma solução justa.

Outro ponto levantado pelo empresário diz respeito às ações práticas para que líderes e gestores tenham sucesso na execução do trabalho de melhorar os níveis de inteligência emocional dos liderados. Marques destaca algumas medidas importantes:

  • Ser um exemplo de conduta e controle emocional;
  • Conhecer bem cada membro da equipe, incluindo seus pontos fortes e os que precisam ser desenvolvidos;
  • Deixar claro qual o comportamento esperado dos colaboradores e as atitudes que devem ser evitadas;
  • Dar feedbacks frequentes sobre o desempenho de cada um;
  • Agir com empatia;
  • Fortalecer o espírito de equipe, fazendo com que se tornem verdadeiramente parte do time;
  • Organização em relação aos prazos, para garantir que haja tempo suficiente para o cumprimento das tarefas;
  • Manter o diálogo aberto e ouvir os liderados na essência.

O RH também entra em cena

Trabalhar a inteligência emocional dentro das organizações não é uma missão apenas da liderança. O RH também tem um papel importante para que a prática tenha resultados favoráveis, especialmente em tempos nos quais as soft skills assumiram um protagonismo nunca antes visto no mercado.

Na visão do coach, um dos pioneiros da função no Brasil, uma das principais missões da área de Recursos Humanos é a de “gerenciar o desenvolvimento do capital humano da empresa, incluindo questões ligadas à inteligência emocional”.

De tal modo, a ação ganha caráter ainda mais estratégico uma vez que a skill também pode amplificar os índices de engajamento. Vale ressaltar uma pesquisa da Gartner, publicada em 2018, que revela que somente 15% dos profissionais são, de fato, engajados. Com a chegada da pandemia da Covid-19 e o todo o impacto causado por ela, o desafio de engajar pessoas se tornou ainda maior. Mais do que nunca as emoções estão em cena.

O RH pode, portanto, segundo Marques, fazer a diferença no processo de trabalhar a inteligência emocional do seguinte modo:

  • Fortalecendo a comunicação interna;
  • Orientando os líderes sobre a forma ideal de se relacionar com as equipes;
  • Considerando a inteligência emocional ao realizar processos de recrutamento e seleção de novos colaboradores;
  • Promovendo treinamentos comportamentais, dinâmicas e outras atividades voltadas para o desenvolvimento da inteligência emocional;
  • Proporcionando formação em Coaching para os profissionais que ocupam cargos de gerência, assim, mais do que chefes ou supervisores, eles se tornarão verdadeiros líderes.

“Para oferecer aprendizado voltado para as soft skills, primeiramente a empresa precisa olhar para dentro e entender as suas necessidades. É a partir de um entendimento da própria cultura organizacional que se torna possível traçar um plano para agir”, finaliza.